O Centro Pediátrico e Juvenil de Coimbra (CPJC) foi concebido em 2008 para servir de modelo de assistência pediátrica contínua dos 0 aos 18 anos e para ajudar os pais a fazer de cada recém nascido, um futuro adulto saudável educado para cumprir os deveres de cidadania e transmitir os mesmos valores aos seus próprios filhos.
“Queremos ser uma família disponível para as famílias e uma referência qualificada para resolver as principais necessidades dos recém nascidos, crianças, jovens, adolescentes e respectivas famílias.”
Em 20 de Novembro 1989 a Convenção das Nações Unidas aprovou os Direitos da Criança e atribuiu uma nova idade pediátrica até aos 18 anos. Infelizmente, 20 anos mais tarde, os jovens a partir dos 12 anos continuam sem assistência estruturada.
O Programa Nacional da Saúde Materna e Infantil contribuiu para o sucesso atingido nos últimos anos nos índices de saúde materno-infantil. No entanto, no que respeita à assistência aos jovens e adolescentes, Portugal continua nas piores posições do ranking Europeu.
Poucos Serviços de Pediatria se conseguiram dimensionar para satisfazer a assistência aos Jovens acima dos 11 anos. Acima desta idade a maior parte dos jovens já não se sentem confortáveis nos consultórios pediátricos nem conseguem partilhar as instalações com crianças e recém-nascidos.
Os adolescentes representam um quinto da população e são a futura força vital da sociedade. As suas necessidades específicas exigem intervenções específicas. A maioria dos adolescentes não recorre aos serviços médicos nem tem vigilância de saúde contínua, precisamente numa idade em que as ameaças e as solicitações para o risco são cada vez maiores e as famílias mais precisam de apoio para promover o suporte e evitar a crispação familiar. Infelizmente, os serviços disponíveis para os assistir convenientemente são escassos e quando necessários estão inacessíveis e dispersos.
Sabemos hoje que a intervenção precoce com mensagens chave em idades chave e a promoção do suporte familiar condiciona um crescimento saudável, previne alterações do comportamento e influencia o futuro dos nossos jovens.
Estas lacunas e convicções sentidas durante duas décadas de prática pediátrica longitudinal, estiveram na base deste projecto respondendo a um imperativo moral e para cumprir um DEVER DE CIDADANIA.